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Sepultura 75
Sepultura 75

Sepultura 75

Quando eu tinha 13 anos minha mãe faleceu e quase morri de tanta tristeza pois ela é a pessoa que eu mais amava . O corpo dela foi velado a noite toda, eu por fim estava tão cansado de ficar olhando para ela triste que fui dar uma volta no cemitério afinal eu estava arrasado , medo de que na altura de tudo que havia acontecido comigo. 

Andava pelo cemitério todo e cheguei até naqueles túmulos onde são colacadas os caixões de criançãs mortas , tipo baús . Olhava os tipos ,com coroas, flores e até velas grudadas, um dos túmulos me chamou a atenção, o túmulo 75 ,pois não havia massa em torno do baú , resolvi abrir para ver o que tinha e me surpreendi , havia um caixãozinho quebrado embaixo e um outro em cima aberto e vi uma criança com tip top rosa e um sapatinho de tricô branco envolto ao seu pezinho , enfim deixei lá, nem me chamou tanto a atenção . 

Minha vida continuou e meus amigos sempre me fazendo compahia até pela minha perda . Numa tarde estavamos andando de bicicleta e passamos perto do Cemitério onde minha mãe havia sido sepultada. Pedi a meus amigos se poderíamos passar lá para eu rezar por minha mãe . Após a reza desciamos por dentro do cemitério e lembrei desse fato e perguntei se eles queriam ver uma coisa interessante e eles curiosos disseram que sim , fui até o túmulo 75 e abri para eles verem , nisso mexi no pezinho e podia até sentir os ossinhos dos dedinhos do bebê e por descuido tirei o sapatinho branco que estava amarrado no tip top e deixei jogado ao lado do caixãozinho . 

O dia passou e fui para a minha casa . Nunca me esqueço quando ao acordar ouvi a voz de uma criança , levei um susto tremendo quando liguei a luz e vi uma menina na altura de uma criança de 4 anos ao lado de minha cama dizendo assim : Eu estou com frio , me cobre , me cobre . e vi ela sumindo como se algo a arrastasse para trás . Me apavorei e não consegui mais dormir. 

Eram 7 horas quando comecei a ligar para os meus amigos para eles voltarem comigo no cemitério , lógico que após eles ouvirem a história falaram que não iriam nem morto , pois enfim peguei minha bicicleta e fui colocar o sapatinho no pezinho daquela crinça e acendi um maço de velas e rezei pra ela .

Deus a tenha.


Autor: Roberto Henrique Junior - Curitiba/PR

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